7.10.11

As distorções sobre a dança do ventre

Hoje minha professora de dança nos contou que abriram uma academia na cidade. Até aí tudo normal, mais uma concorrente. O problema é que essa academia dá aula de dança do ventre, pool dance, strip tease e pompoarismo!!! peloamordedeus!!!!

Essas práticas todas têm uma finalidade diretamente sexual e relacioná-las com a dança do ventre é definitivamente uma distorção. Obviamente que a dança do ventre tem um caráter sensual, pois mexe com o corpo e o psicológico feminino, trabalha com movimentos ondulatórios e de precisão e as pessoas, em geral os homens, observam tudo isso e associam, como a dona dessa nova academia, à satisfação masculina. A dança trabalha, principalmente, a auto estima feminina. A dança não tem o propósito sexual. Nós, mulheres, dançamos a dança do ventre porque nos faz bem. É uma manifestação artística que nos deixa felizes com nossa própria imagem,  nos desafia, mexe com nossos órgãos e melhora o funcionamento deles e, além do mais, qualquer mulher pode praticar: gorda, magra, alta, baixa, esquelética, obesa. É uma dança democrática. Ao contrário do strip e do pool dance que pressupõe um biotipo específico e tem um propósito sexual muito claro. Ninguém faz um strip sozinha na cozinha pra relaxar depois de lavar a louça. Mas todos os dias eu ouço música árabe e danço sozinha em casa pra me sentir bem. A dança mexe com minha essência feminina. Ao dançar, sinto-me mais calma, mais feliz. 

Não há problema algum em ser uma ótima striper, o problema é abrir uma academia e misturar coisas tão diferentes porque reforça um pensamento geral equivocado. Parece-me que essa moça, dona da academia, juntou todas as fantasias masculinas e colocou num espaço só. Senhores, a dança do ventre não pode ser tão mal interpretada. Ela é outra coisa. É uma arte milenar que sempre focou a exultação da mulher como a possuidora da capacidade de gerar a vida em seu ventre. É uma manifestação em respeito à vida! E sentir isso me deixa mais segura e bonita. Ela ajuda a mulher a trabalhar com suas próprias emoções e isso gera consequências positivas. Com tempo de dança, percebemos que nos sentimos mais seguras, menos tímidas, mais femininas. Pode ser que eu me torne mais sexy e atraente por ter mais consciência da minha feminilidade e por me aceitar mais, mas isso é uma consequência da dança. A arte em si não possui essa finalidade distorcida. Se sinto-me mais segura, obviamente, sinto-me mais à vontade com meu corpo e, portanto, mais propícia ao sexo. 

A dança é um instrumento de libertação feminina e foi, durante muito tempo, uma forma individual de entrar em contato com o divino. E esse divino existe dentro de nós mulheres na forma da capacidade de gerar uma vida. As mulheres devem aceitar seu corpo, se sentir merecedoras de amor, ter dimensão da importância das mulheres, ter consciência corporal, se perceber única, estar feliz, se sentir segura e em paz. E a dança ajuda a aflorar tudo isso. O resto é consequência.

Esse livro foi indicado por minha professora e mostra muito claramente a história da dança e os inúmeros benefícios que ela proporciona. Vale a pena ler!

"Dança do Ventre - Ciência e Arte", Patrícia Bencardini



Márcio Mansur e Tarik

Márcio Mansur e Najla al Hafsa


Amanda, Karen e Márcio Mansur

Dança do ventre é alegria!!

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