27.2.11

Everybody loves music....

Eu estou viciada neste disco. Ouço sem parar. É lindo, lindo. Vale a pena ouvir a versão de "Everybody hurts" com o REM e com o The Corrs.

18.2.11

O luar de sexta à noite

Às vezes é bem difícil, mas ser honesto com os próprios sentimentos pode ser libertador. A vida passa tão depressa e só tenho uma chance para vivê-la. Não há tempo para postergar a felicidade. E o problema é quando percebemos que muitas coisas não são como gostaríamos que fosse. Aí é o momento para olharmos com sinceridade para dentro do coração e tentar enxergar o que verdadeiramente queremos. Logicamente que não podemos agir de maneira egoísta sem se importar se o que queremos pode machucar quem nos rodeia, principalmente depois que temos filhos. Mas mesmo que algumas situações limitem nossas possibilidades de escolha é possível não passar por cima de todos os sentimentos- como um trator - motivados apenas pelas escolhas mais óbvias e cômodas. Vivemos juntos, mas morremos sozinhos. Por isso mesmo não devemos responsabilizar os outros como limitadores das mudanças que desejamos - mas que na verdade não temos coragem suficiente para tomar. Não devemos deixar de ter a coragem suficiente para ser feliz. Só cabe a cada um de nós ser responsável por seu destino.  Pode ser libertador assumir nossa felicidade sem culpar ninguém por nossos fracassos pessoais. Obviamente que somos contraditórios, que nossas emoções não se mostram claras e límpidas como o belo luar dessa quente sexta- feira, mas tentar descobrir o que queremos deve ser um processo constante até o final da vida. Mudamos muito ao longo da vida - os mais sortudos. Nossos quereres também mudam. Nada mais saudável do que tentar decifrá-los.
"A dor é inevitável. O sofrimento é opcional"

"É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.
Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.
E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher."
Baudelaire

17.2.11

Se tudo existe é porque sou.
Mas por que esse mal estar?
É porque não estou vivendo do único modo
que existe para cada um de se viver e nem sei qual é.
Desconfortável.
Não me sinto bem.
Não sei o que é que há.
Mas alguma coisa está errada e dá mal estar.
No entanto estou sendo franca e meu jogo é limpo.
Abro o jogo.
Só não conto os fatos de minha vida:
sou secreta por natureza.
O que há então?
Só sei que não quero a impostura.
Recuso-me.
Eu me aprofundei mas não acredito em mim porque meu pensamento é inventado.

Clarice Lispector
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação:
quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo
.

Clarice Lispector

15.2.11

E falando em decisões....


Todo ano é a mesma coisa. Aniversário da Sofia se aproxima e ela começa a pensar no tema da festa. Esse ano a dúvida gira em torno da Ariel - A pequena Sereia - e da Esmeralda - do Alandin.  Isso sem esquecer do tema Carnaval porque o aniversário da Sofia este ano será em pleno domingo de folia! Mas ela desistiu rapidamente desta ideia. Pra mim seria mais prático para encontrar decoração e tudo mais....enfim. De todos os anos, este é o ano que estou mais devagar nos preparativos....ano particularmente difícil e atarefado. No final tudo dá certo. Com os brigadeiros da Élen e um bolo de brigadeiro não tem festa ruim. Agora o mais difícil será encontrar uma destas decorações na terra da linguiça....vamos às compras!! O engraçado foi ver a Sofia sugerir agora a pouco a nova possibilidade (da Esmeralda). Eu disse que ela parece uma bailarina de dança do ventre e ela levantou a mãozinha num movimento de bronca e soltou "Mas nada de música de dança de ventre".Pode deixar, filha, mamãe vai se controlar....rs

14.2.11

A Responsabilidade das decisões

Cada vez que digo não para uma possibilidade, sei que não há como refazer o percurso e dar uma espiadinha em como teriam sido as outras escolhas. São elas que nos levam por caminhos que acabam determinando quem somos. E por mais medo que possamos sentir ao tomar uma decisão, não tem como deixar de fazê-la....as decisões podem ser doloridas, mas são sempre necessárias. Não há como viver sem decidir quais caminhos tomar. Às vezes é possível voltar atrás. Outras vezes não. Mas o importante é que devemos parar de culpar a vida, o Universo, os outros e tudo o mais pelas pequenas tragédias em nossa vida. É preciso responsabilizar-se pela própria vida. É preciso entender que ninguém é responsável por nossa felicidade, nem mesmo os filhos - pasmem! Se não estamos felizes não conseguimos compartilhar os bons momentos com os filhos....aí por melhor que seja a intenção, não dá pra ser um bom pai/ mãe. A vida é feita de escolhas. E é perfeitamente normal sentir-se inseguro frente às mudanças. No entanto, decidir pode tirar um caminhão das costas e nada pior do que viver carregando o peso do mundo....mesmo sem as certezas é preciso aprender a decidir e responsabilizar-se pelas escolhas...não há como viver de forma apática, deixando-se levar e chegando aos extremos....isso mata! É preciso decidir. Olhar com sinceridade para dentro do coração e valorizar mais o sexto sentido que existe em cada um de nós. Nem sempre é fácil, mas devemos ser honestos com nossos sentimentos, pois, afinal, a responsabilidade pela felicidade não pertence a mais ninguém a não ser a cada um de nós.

12.2.11

O Inesperado Elogio (que trouxe um sorriso largo)

Acabei de receber um email de uma aluna do ensino fundamental recomendando fortemente  a leitura do blog que ela escreve. Resolvi dar uma olhadinha e pra minha surpresa não é que tinha algo escrito sobre mim!? E coisa boa!!! Devo confessar que fiquei bem feliz!!! Nós nunca sabemos exatamente o que as pessoas pensam sobre nós. E geralmente as pessoas criam uma imagem distorcida da realidade....demoramos um bom tempo para saber mais ou menos quem são as pessoas que estão ao nosso lado. Por isso é bom desconfiar das primeiras impressões, porque às vezes uma pessoa pode nos surpreender positivamente. Eu adoro meus aluninhos e fico realmente lisonjeada quando ouço um elogio - mesmo o mais discreto. 

Pro dia nascer Feliz!!

"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!"
Fernando Pessoa

Nada como um dia após o outro para sentir-se bem novamente! Na roda gigante de emoções que são os dias, nada mais agradável do que respirar fundo e mais aliviado....como são bons os dias tranquilos....nada melhor do que fazer planos, do que sonhar, do que sorrir....


8.2.11

Sobre os ensinamentos dos professores


Geralmente nos lembramos dos nossos queridos professores não porque explicavam muito bem suas disciplinas, mas porque por algum motivo ou outro ele nos tocou. Ou ele era divertido, ou falava coisas que faziam todo o sentido do mundo no meu momento de vida ou mesmo nenhum sentido. O professor preferido era aquele que falava de coisas diferentes da matéria, que filosofava, era aquele que fazia sorrir. Hoje eu lembrei bastante de uma professora minha da faculdade que falava sobre os dias em que queremos "cortar os pulsos", nos sentimos os mais coitadinhos do mundo.....eu achava ela uma mulher sensacional e sempre pensava, nos meus ingênuos 20 e poucos anos, "mas a Denise se sente assim? Não é possível que alguém tão competente e incrível possa se sentir assim". Mera ilusão. Hoje, mais próxima dos 30, sei que todos nós nos sentimos assim às vezes. Por mais seguros e independentes que possamos ser. Por mais realizados profissionalmente que sejamos. E por mais que exista consciência sobre os sentimentos, sobre os caminhos que estamos tomando, tem dias que não adianta, que a síndrome de cortar os pulsos da minha querida professora se aloja na alma. E algumas coisas precisam de tempo para passar.  Como diz uma querida amiga, é preciso aceitar nossos dias ruins, nossas carências, nossa fragilidade momentânea e se permitir ficar triste. Lembro de um outro professor, de história , que sempre falava que nosssa sociedade nos cobra a felicidade, não podemos ficar tristes....(in)felizmente a tristeza faz parte do ser humano. É através da tristeza que valorizamos os momentos de felicidade, que refletimos....a tristeza pode ser inspiradora....basta saber como bem utilizá-la e lembrar que não há mal que dure para sempre...não há dias de escuridão que não se transformam em bonitos dias ensolarados.
Em Cambury - Jan 2011